domingo, 29 de março de 2009

REGRAS DE LUTA LIMPA










Tive uns probleminhas aí, esses dias. Sorte eu já ter lido o texto que vou postar.
A quem interessar possa....

1-Fique no aqui agora. Lute por aquilo que acabou de acontecer, não por uma coisa que aconteceu há 20 anos.

2-Evite a contagem de pontos. Nossa criança interior gosta de guardas as coisas e, mais tarde, atirá-las nas pessoas.

3-Atenha-se ao detalhe comportamental específico e concreto. A criança interior funciona melhor com o que ela pode ver, ouvir e tocar. Dizer a alguém, "você me enoja", não resolve nada.

4-Seja rigorosamente honesto, prefira a verdade à discussão.

5-Evite culpar e julgar. A culpa e o julgamento são disfarces para a sua vergonha. Limite-se às mensagens do eu e use o modelo da percepção.

6-Use a regra da audição, repetindo para a pessoa o que você acabou a ouviu dizer( de forma que ela não possa negar) antes de começar responder. A Criança interior raramente era ouvida. Ela age baseada na vergonha e na defensiva.
A regra da audição faz milagres quando duas pessoa se comprometem a usá-la.

7-Evite discutir sobre detalhes:" Você está atrasado 15 minutos." "Não, nove minutos." A criança interior em idade escolar, concreta e literal, adora discutir detalhes.

8-Não se afaste, a não ser que sua criança interior esteja sendo agredida. Se você está sendo agredido, sempre retire-se ou procure proteção.

9-Eu ensino à minha criança interior a seguinte fronteira em relação a conflitos: "eu não vim ao mundo para ser medido por suas fantasias, crenças ou expectativas. Não serei medido ou controlado por eles. Se tivermos um conflito, vou ficar firme e lutar limpamente. Peço a você que faça o mesmo. Se você se tornar abusivo sob qualquer aspecto, eu vou embora.

Esse texto foi extraído do livro Volta ao lar - Como resgatar e defender sua criança interior. John Bradshaw, Ed Rocco.

sexta-feira, 20 de março de 2009

PERMISSÃO



Estive uma época dando aulas de musicalização. Foi uma experiência maravilhosa.
Descobri algumas coisa interessantes, por insight.
Lembrei da brincadeira da corda com aquela musiquinha um homem bateu em minha porta.
Acertar a hora de entrar na corda e depois manter o rítmo e os comandos, ensina várias coisas.
Ficar atento ao momento de entrar quando a corda está girando, ajuda a entender não só com a mente, mas com o corpo todo, a hora certa de entrar na música e manter o rítmo.
Atender os comandos facilita as entradas e pausas que uma música pede, também com o corpo todo. Depois desse exercício quando as crianças vão tocar, a prontidão está mais afiada e elas tocam de uma forma natural.
Penso que muitas brincadeiras, senão todas, facilitam a vida.
Fiz na época um curso de arte terapia. Vi muitas reações e interações acontecerem durante as aulas, que ficaram mais claras e foram melhor conduzidas por conta do suporte do curso.
Me vi muito nas crianças também, seus medos, suas alegrias, a competição, as comparações.

De tudo, ver uma criança tocando sempre bom.
Espero também que essas crianças tenham guardado boas lembranças dessas aulas, não só pela música, mas especialmente pela permissão que elas tiveram de se expressarem.

Me lembro que quando eu tinha uns nove anos, eu aprendi no consevatório uma música chamada Acalanto do Guerra-Peixe. Eu me apaixonei pela música, mas não tive coragem de pedir prá professora prá tocar na audição. A menina que tocou, tocou tão chocho, tão sem envolvimento.

Nas aulas de musicalização, as crianças puderam dizer, quero ou não quero fazer, claro que com as devidas consequências.
De qualquer forma, com ou sem curso, só me foi possível trabalhar bem com isso por conta de lembrar exatamente como eu me senti e o que eu perdi por não ter confiança de falar.

domingo, 8 de março de 2009

TCHAU

Foram embora pro Rio, o Tom, o Borracha e o Binha.
Foram fazer música por lá, choro mais especificamente.
Toquei com eles essas últimas semanas. Viajei e convivi com o Tom durante o ano passado todo.
Conseguimos fazer uma amizade fraterna, gostosa.
Binha e Borracha, mais recentes também ficaram mais próximos, eles me diziam: erra, mas erra com vontade, vontade de tocar!
Grande sorte prá vocês, vontade e talento eu sei que não falta.

OS MÚSICOS








Lembrei de uma cena:
Eu encontro na escada um colega que me pergunta:
E aí, ficou lá até mais tarde?
Digo que fiquei sim, vou lá regularmente.
O lá é um bar com música ao vivo, gente nova, gente nem tão nova, às vezes crianças vão também. Nesse ambiente meio rústico onde a gente é despojado, nem que seja naquelas horinhas ali, o pessoal canta e dança com os músicos tocando choros, sambas e afins; nos sentimos todos brasileiros da gema, ou melhor, brasileiros classe média da gema o que obviamente não deixa de ser um estado d’alma brasileiro. Não se sabe até quando dura isso, ou issos: a classe média e o sentimento de brasilidade. Vamos levando.
Voltando ao colega, comento com ele que sou amiga dos músicos e ele entre espantado e sorridente pergunta:
Mas eles não são todos da UNESP?
Hein?
Respondo sem entender pra onde aquela conversa ia.
É! Eles não são todos da UNESP?
Começo fazer aquelas associações alucinantes que a gente costuma fazer quando não entende de pronto uma colocação dessas:
UNESP = moçada
UNESP = grife
UNESP = eu sou de lá você não é
UNESP + você = não combina
Não sei dizer e acredito que seja difícil medir o tempo que a gente leva fazendo essas viagens de pensamento. A Adriana Falcão sabe melhor sobre esse tempo e outros tempos. A Adriana escreveu A Máquina e n’A Máquina ela fala bem faladinho essa história dos tempos e em linguagem de cordel, é uma história sobre o amor também.
Como o tempo urgia e rugia, eu e ele ali na escada, respondi tão rápido quanto pensava:
Nem todos são da UNESP, na verdade acho que só um dos seis passou por lá. Além disso, eu posso até ter amigos na cadeia se eu quiser!
Continuamos nosso trajeto, ele subindo e eu descendo a escada.
Depois do ocorrido o colega resolveu verificar o chão cada vez que a gente se cruzou. Isso durou uns meses. Outro dia ele veio até mim e resolveu me cumprimentar com o cordial beijinho e tal. Acho que finalmente ele entendeu que eu sou amiga dos músicos venham de onde vierem
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